sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Proposta de filme

Outro filme que também pode ser trabalhado em sala de aula.

O incrível exercito de Brancaleone


        No ano 1000 D.C., um bravo cavaleiro parte da França para tomar posse das terras a que tem direito. No caminho, é assaltado e assassinado por um grupo de foras-da-lei que, de posse da escritura que o cavaleiro carregava, decidem se apossar das referidas terras. Para isso, eles necessitam de alguém que consiga se passar pelo cavaleiro morto e acabam encontrando a pessoa perfeita no atrapalhado Brancaleone, que forma um exército de quatro miseráveis e juntos vão em direção a um feudo a que julga ter direito. 
        "O Incrível Exército de Brancaleone" é uma comédia italiana, realizada pelo diretor Mario Monicelli, que também participa da elaboração do roteiro, o filme, para ser mais preciso, apresenta-se como sendo uma comédia medieval surrealista, focalizando temas como as relações sociais do feudalismo e o poder da Igreja Católica. O contexto histórico é a Baixa Idade Média, época da crise do sistema feudal.
        "O Incrível Exército de Brancaleone" é desses filmes antológicos, uma sátira a Europa da Idade Média. Na Itália do século onze, o cavaleiro Brancaleone. Durante o longo percurso pela Europa da Idade Média ele se defronta com a peste negra e bárbaros de todas matizes.

Proposta de filme

Os filmes também entram na proposta lúdica possibilitando aos alunos perceber no material apresentado os elementos do conteúdo estudado.

Dica de filme: Coração Valente




Coração Valente (Braveheart). O longa, protagonizado e dirigido por Gibson, foi baseado na história real de Wallace, um camponês do século 13 que iniciou sua luta contra a opressão dos senhores feudais da Escócia e estendeu a peleja até o Rei da Inglaterra, que teve de suar a camisa para conter a revolta dos homens de saia (kilt).

Tudo começa quando William retorna à sua terra natal, depois de muitos anos viajando e aprendendo de tudo (de etiqueta à táticas de combate), para trabalhar na agricultura e constituir família ao lado da bela Murron (Catherine McCormack), o grande amor de sua vida. Parece um sonho, mas como a vida na futura terra do whisky não era um mar de rosas, as coisas não aconteceram bem assim.

Como, naquele tempo, a Escócia era uma colônia da Inglaterra, a monarquia Inglesa dava total autonomia aos Senhores Distritais (ou feudais). Dentre os inúmeros abusos sofridos pelos trabalhadores rurais nas mãos dos senhores feudais, um dos mais revoltosos era justamente o que dá nome ao título deste texto: a “Prima Nocte” (ou Primeira Noite) era o “direito” que o dono das terras tinha de passar a lua-de-mel com as recém casadas camponesas, no lugar dos esposos. Graças a este fetiche burguês, William se vê obrigado a casar escondido, fato descoberto pelo dono da região. O Senhor Feudal não deixa a desfeita barato, abatendo Murron como gado apenas para chamar a atenção do noivo.

Nem preciso dizer que ele não devia ter feito isso, certo?

O que segue é o início de uma carnificina sem limites perpetrada por Wallace, que vai de fazendeiro pacato à líder de uma ofensiva escocesa em três espadadas. Tendo a morte de sua amada como estopim e, logo depois, a liberdade como estandarte, o escocês angaria adeptos de sua causa pelos feudos por onde passa, ampliando sua frente de batalha e aniquilando os nobres proprietários de terras.

Tal investida toma proporções gigantescas e os nobres remanescentes cobram uma postura do tirânico Rei Eduardo I (também conhecido como Longshanks), que acaba vendo um futuro negro para seu legado na Escócia se acaso a revolta de William vingar.

Com Longshanks na briga, o que não faltam são batalhas campais entre os soldados ingleses e os rebeldes liderados por Wallace. O outrora herói da ação Gibson se revelou um grande maestro para cenas do tipo e, além disso, o filme foi um dos predecessores das técnicas de multiplicação de pessoas por computador, possibilitando assim grandiosas tomadas de batalhas. Grande parte dos figurantes eram soldados escoceses, o que tornou as cenas muito mais coniventes com a geografia da história (recurso usado recentemente por Peter Jackson em O Senhor dos Anéis, mas por motivos financeiros).

Embora o roteiro cometa o pecado de arrumar um romance para o líder escocês (liberdade poética de Hollywood), acerta em cheio ao retratar, também, as artimanhas políticas da época. O rei tenta casar seu filho com a princesa da França para uma possível anexação, e o nobre escocês Robert the Bruce galga espaço entre as fileiras burguesas, apoiado por um enigmático mentor leproso, que manipula o jovem proeminente como se faz com peças de xadrez.

FICHA TÉCNICA
Diretor: Mel Gibson
Elenco: Mel Gibson, Sophie Marceau, Sean Lawlor, Catherine McCormack, James Cosmo, Patrick McGoohan, Angus Macfadyen.
Produção: Bruce Davey, Mel Gibson, Alan Ladd Jr.
Roteiro: Randall Wallace
Fotografia: John Toll
Trilha Sonora: James Horner
Duração: 177 min.
Ano: 1995
País: EUA
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Icon Entertainment International / The Ladd Company / B.H. Finance C.V.


Proposta lúdica

           Assim como a proposta do blog é promover aos estudantes uma forma de ensino e aprendizado que lhes atraem, a apresentação de um jogo que lhe permitem fazer uma ponte entre um elemento do seu cotidiano e o tema trabalhado vem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem. O jogo pode apresenta uma forma lúdica de ensino e aprendizagem, o lúdico esta todas as atividades que despertam o prazer. Seguindo está ideia sugiro aqui o Age of Empires II, um jogo bem conhecido, que permite ao jogador (neste caso, o estudante) avançar para o período feudal. 


               Age of Empires II: The Age of Kings (frequentemente abreviado como The Age of Kings ou AoK) é um jgo eletrônico do gênero de estratégia em tempo real desenvolvido pela Ensemble Studios e publicado pela Microsoft. Ele é o segundo jogo na série Age of Empires. Sua expansão,The Conquerors, foi lançada em 2000. The Age of Kings é ambientado na Idade Media e contém 13 civilizações jogáveis. Jogadores focam em coletar recursos, com os quais eles usam para construir vilas, criar tropas, e finalmente destruir seus inimigos. Possui também cinco campanhas históricas, que coloca o jogador a se especializar em condições históricas. Também possui três modos de jogo  single player (um jogador) adicionais, além de sistema multiplayer (multijogador) suportado. (Texto extraído do http://pt.wikipedia.org/wiki/Age_of_Empires_II:_The_Age_of_Kings)

          O jogo é de RPG, necessitando de estratégias para dominar um império. O seu objetivo é atacar outros impérios e conquista-los. O Age of Empires é um jogo de guerra, onde você pode escolher o seu exercito, de estilo medieval, tem três eras, na segunda serie do jogo é possível avançar para a era feudal, onde você pode expandir seu império, aumentando o comércio, criando universidades, campos de minério e agricultura enormes, igreja. É possível também criar servos dando a eles trabalhos específicos, uns para plantação, outros para o minério. Os soldados tem diversas classes: arqueiros, cavaleiros, guerreiros. Para ter um grande numero de servos e soldados é preciso ter um grande número de casas na vila, essas casas podem ser criadas para os próprios servos. Os servos coletam materiais para poderem construir e assim se multiplicarem e aumentarem o seu número. 

Link para download: http://age-of-empires-ii.softonic.com.br/
              

Tratado de Verdun


Carlos Magno, sucessor de Pepino, o Breve, deu continuidade à aliança com Igreja Católica e também à política de conquistas de territórios. Em cada reino conquistado era construída uma escola ao lado do palácio, ficando assim conhecida como Escola Palatina ou Palaciana, também caracterizava o Renascimento Carolíngio. Depois a morte de Carlos Magno (814), o governo passou a ser exercido por seu filho Luís, o piedoso que permaneceu no poder até 841.
Como o império era muito extenso para se administrar, ocorreram vários problemas e invasões que se intensificaram até o reindo de Luís, o Piedoso. A sucessão de Luís gerou grandes disputas entre os netos de Carlos Magno – Lumaréu, Carlos, o calvo e Luís- o germânico. Só depois de muitas batalhas que esgotaram o grande império, os irmãos assinaram o Tratado de Verdun. O tratado rompeu com a unidade imperial conquistada por Carlos Magno. E o tratado contribuiu para o enfraquecimento do poder real, favorecendo condes, duques e marqueses, que passaram a ter maior autonomia.






Dinastia Carolíngia

- Carlos Magno foi o destaque da dinastia franca dos carolíngios, que dominou o ocidente europeu entre os séculos VII e IX.
687, Pepino de Herstal, mordomo do palácio da Austrásia, venceu Tertry (rival da Nêustria-Borgonha) e assumiu controle sobre território franco.
732, Carlos Martel, filho de Pepino, deteve a invasão islâmica; também reconquistou no período alguns territórios perdidos pelo pai.
737, morre Teodorico IV, provocando um vazio de poder; Carlos Martel ocupou praticamente o cargo real.
741, morre Carlos Martel, seus domínios foram divididos entre seus filhos Carlomano e Pepino.
747, Carlomano abdica da monarquia e se dedica à vida monástica, Pepino, chamado o Breve, converteu-se em monarca.
751, Pepino, o Breve, destrona Childerico III (último merovíngio); é aprovado pelo papa Zacarias, proclama-se rei em uma assembléia de nobres francos em Soissons, sendo também consagrado pelo arcebispo Bonifácio.
768, antes de morrer, Pepino, o Breve, divide o reino entre seus filhos Carlos e Carlomano.
771, Carlomano morre e Carlos concentra todo o poder franco; logo conhecido como Carlos Magno; seu governo leva o poderia franco ao apogeu (lutando contra saxões, lombardos, eslavos, ávaros e o ducado de Baviera); realizaou também incursões contra muçulmanos (território espanhol), embora derrotado.
800, o papa Leão III coroou Carlos Magno como imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
814, Luís I o Piedoso legou o reino da Aquitânia e da Baviera para seus filhos Pepino e Luís, respectivamente. Lotário, seu primogênito, herdaria o seu trono; desta forma Luís I pretendia abolir o costume franco de dividir o reino entre os herdeiros.
829, Luís I, que havia se casado novamente, concedeu o reino da Alemanha ao caçula, o futuro Carlos o Calvo; os outros irmãos se rebelaram, depondo o imperador, que voltou ao trono reconduzido por uma assembléia reunida em Nimègue.
840, Luis I, morre e deixa o império franco enfraquecido pelas disputas familiares.
843, O Tratado de Verdun, estabelecia a divisão do império em três reinos. Lotário (titulo de imperador) ficou com a parte central; Carlos II o Calvo ficou com o reino ocidental; Luís o Germânico herdou o reino oriental; devido às contínuas fragmentações, o poderio franco decaiu; outros povos se fortaleceram (normandos e saxões).
855, o reino central (Lotaríngia) foi novamente dividida entre seus filhos: Luís II (título imperial), Lotário II e Carlos; com a morte de Luís II, seu tio Luís o Germânico recebeu Aachen e outros domínios; Carlos II o Calvo herdou de Luís II o título de imperador.
875, Carlos II foi coroado imperador; mas com a morte de todos os seus descendentes, viu-se obrigador a transmitir a coroa para Carlos III o Gordo, filho de Luís o Germânico.
888, Eudes, conde de Paris, depõe Carlos III o Gordo; este acontecimento finalizou a dinastia carolíngia no Sacro Império.


Fonte: http://davymoura.blogspot.com.br/2009/08/dinastias-merovingia-e-carolingia.html

Dinastia Merovíngia

- Pertencente aos francos (povo germânico), dominaram extensos territórios da Gália entre os séculos V e VIII; dinastia fundada supostamente do pouco conhecido rei franco Meroveu que impôs sua hegemonia na Gália no final do século V.
- Childerico I e Clóvis I estabeleceram o poder franco na Gália derrotando os romanos (486, em Soissons) e os alamanos em Tolbiac; Clóvis aliou-se aos burgúndios e venceu o monarca visigodo Alarico II, recuperando Bordéus, Tours e Angoulême.
496, Clóvis se converteu ao catolicismo, fundando as bases da monarquia francesa (unindo igreja e poder monárquico).
511, com a morte de Clóvis, o reino foi dividido entre seus quatro filhos: Teodorico I, Clodomiro, Childeberto I e Clotário I.
558, Clotário I, após uma série de lutas fratricidas, unificou o reino, estabelecendo a capital em Paris.
561, Clotário I dividiu novamente o reino entre seus herdeiros; estas disputas e a pressão dos povos vizinhos (bretões, lombardos e gascões) obrigaram os francos a reestruturar o seu território em vários reinos: Austrásia (leste, capital me Metz); Nêustria (oeste, em torno de Soissons e Paris) e reino da Borgonha (sul, centro em Chalon-sur-Saône).
613, Clotário II, rei da Nêustria, restabelece a unidade merovíngia herdando os outros reinos.
639, Dagoberto, filho de Clotário II, redividiu o reino em duas partes (Austrásia e Borgonha); a partir de então o poder da nobreza desagregou-se; os “maires du palais” assumiram as funções dos monarcas; os últimos reis merovíngios ficaram conhecidos como “rois fainéants”.
750, Pepino III, prefeito da Austrásia, depôs o último rei merovíngio, Childerico III; surgia a nova dinastia, chamada carolíngia.
- Desde Clóvis, o cristianismo foi a religião oficial nos domínios merovíngios; a igreja se beneficiou com doações e isenções de impostos; houve grande incentivo à atividade monástica, principalmente através das atividades de santo Honorato e são Martinho, além da chegada de monges irlandeses e italianos; também houve florescimento das artes plásticas, das letras (relatos hagiográficos) e obras literárias (ex: História eclesiástica dos francos, do bispo Gregório de Tours). 


Fonte: http://davymoura.blogspot.com.br/2009/08/dinastias-merovingia-e-carolingia.html

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ritual de homenagem, o contrato vassálico.


A primeira parte do ritual era o immixtio manuum, a essência da cerimônia. Era uma espécie de oração, em que um homem, sem armas, de cabeça descoberta, em geral de joelhos, colocava suas mãos juntas às do senhor, que fechava as suas sobre as do vassalo. Por meio de tal rito, havia o reconhecimento de ser o homem de alguém, ou seja, seu vassalo.


           A segunda, chamada de fé, consistia em um juramento de fidelidade. Assim, o novo vassalo, de pé, com as mãos sobre os Evangelhos ou uma relíquia de santo prestava o seu juramento e havia um beijo entre o vassalo e o senhor nas mãos ou na boca.


           Finalmente, havia a investidura do feudo. Nessa parte, o senhor passava ao seu vassalo um objeto simbólico para significar a cessão do feudo. Tão logo tivesse sido investido, o vassalo passava ter a posse do feudo. Isso lhe assegurava o direito de ficar protegido contra qualquer tipo de ingerência causada por outro senhor.

Bibliografia

FOURQUIN, G. Senhorio e Feudalidade na Idade MédiaEditora: Edições 70. 1987

Senhorio e Feudalidade


“[...] Aquele que jura fidelidade ao seu senhor deve ter sempre presente na memória estas seis palavras: incólume, seguro, honesto, útil, fácil e possível. Incólume, na medida em que não deve causar prejuízos corpóreos ao seu senhor; seguro, para que não traia os seus segredos ou armas pelas quais ele se possa manter em segurança; honesto, para que não enfraqueça os seus direitos de justiça ou de outras matérias que pertençam à sua honra; útil, para que não cause prejuízo às suas possessões; fácil ou possível, visto que não deverá tornar difícil ao seu senhor o bem que ele facilmente poderia fazer, nem tornar impossível o que para ele seria possível.”
Extrato do documento “De Fulbert de Chartres ao Duque de Aquitânia Guilherme V (1020)” sobre direitos e deveres feudais.



            Ao estudarmos o sistema feudal nos deparamos com duas relações, que apesar de serem baseadas nas mesmas idéias de dependência e existência da condição de homens pertencerem a outros homens, elas necessitam serem distinguidas. Haviam as relações feudais que ocorriam entre membros do grupo dominante, entre nobres e haviam as relações senhoriais que aconteciam entre membros de um grupo inferior e outro do grupo dominante, entre um não nobre e um nobre.
Perry Anderson afirma que o sistema feudal é a síntese de dois modos de produção existentes séculos finais da Antiguidade, o romano, escravista e o germânico, comunitário, que corresponde a forma tribal de organização. O autor coloca que o feudalismo surgiu como um colapso catastrófico, resultando na convergência entre esses dois modos, que se desintegraram e construíram um processo de intervenções, interseções.
Após o fim do Império Romano do Ocidente, surgiu a necessidade dos proprietários prenderem seus escravos a terra. Seguindo a teoria marxista, essa necessidade deriva da crise econômica do modo de produção escravista que é considerado o motivo principal para a queda do Império.
Inicialmente surgiu o “patrocínio” dos camponeses pelos proprietários rurais e depois o colonato, que era um sistema em que o camponês rendeiro dependente da terra do seu senhor, devia-lhe atributos pagos, geralmente, em bens, para a exploração de um lote de terra. O processo de formação do sistema feudal foi acompanhado pela degradação da condição do camponês livre, levando-o a um “status” semelhante à de um escravo, consolidando o campesinato dependente.
Na relação senhorial, Fourquin nos dá umas descrição geral das obrigações do camponês e do seu senhor.
Os senhores detinham uma parte do território, de extensão variável, e os dependentes possuíam parcelas de terra, as tenures rurais, que cultivavam. Esses tinham várias obrigações para com os senhores, que os protegiam. Dentre as obrigações, encontravam-se o pagamento de várias taxas e o pagamento da corveia, trabalhos que eram realizados, de maneira geral, nas terras do senhor. As taxas devidas eram, até o início do século XII, pagas in natura, com os produtos da colheita. Os dependentes também deviam obediência ao senhor uma vez que ele tinha poder de fazer a justiça. Apesar de ser, sobretudo, uma justiça que atuava em um âmbito menor como, por exemplo, em relação ao pagamento das taxas devidas pelos dependentes, os senhores se arrogavam questões relevantes da média e alta justiça.
As relações vassálicas estão presentes desde a época carolíngia, quando tinha o objetivo de formar um círculo confiável e um contingente militar para o seu senhor. As relações feudais são baseadas no contrato vassálico que estabelece um laço que inclui obrigações recíprocas entre dois homens. De um lado o vassalo e do outro o seu senhor.
Sobre as obrigações do vassalo, Fourquin nos dá importantes característica nessa relação.
O vassalo deve ser submisso e ter respeito pelo seu senhor, além de lhe ser fiel e dar conselho e ajuda. Era obrigado a promover o bem do seu senhor e como fiel não causar nenhum mal a ele. Devia prestar ajuda militar, podendo ser requisitado para acompanhá-lo em alguma excursão e escoltá-lo. Deveria responder quando convocado pelo seu senhor para aconselhá-lo. Nesses casos, havia a Cúria, a formação da corte do senhor, onde ocorriam reuniões de caráter jurídico ou político.
Sobre as obrigações dos senhores, há ai uma relação paralela, já que o senhor devia ser fiel ao seu vassalo, dar proteção e sustento. Evitar o mal ao seu vassalo, proporcionando o seu bem. Dando-o sustento para que o vassalo tivesse meios pelos quais prestar os serviços devidos.
Ao longo dos séculos VIII, IX, as praticas de vassalagem, homenagem pessoal e beneficio (concessão de terras) foram gradualmente se unindo. No século XI, o ritual de vassalagem já estava com essas definições estabelecidas e o sistema feudal também chegava ao seu apogeu nesse século até o XIII. 

Bibliografia

ALMEIDA, Ana Carolina Lima; AMARAL, Clinio de Oliveira. Ordem senhorial e o crescimento feudalDisponível em:[http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/praticas-discursivas/artigos/ordem.pdf] Acesso em: 16/12/2010.
FOURQUIN, G. Senhorio e Feudalidade na Idade MédiaEditora: Edições 70. 1987

Características da Feudalidade


Estratificação das fortunas fundiárias          
  • Quase todos os aristocratas são senhores ou vassalos, encontrando-se a vassalagem múltipla já bem implantada.
  • Todos tinham integrado no seu patrimônio o comitatus, ou seja, o conjunto de prerrogativas realengas que os seus antepassados tinham usado a serviço do rei.São os poderes e rendimentos dos condes:
  • Poderes: judiciais (presidir tribunais e cobrar multas entre outros) militares (proteção territorial e guarda de homens livres) e econômicos (p.ex. cobranças, em proveito do conde, dos terrádigos) 
  • Rendimentos: as res de comitatus passavam sem autorização do rei, para o patrimônio do conde, que acabou por transformar algumas partes dessas res em feudos.

Estratificação dos poderes       
  • O conde: Agora substituto do rei em diversos aspectos, continua a impor o bannum aos homens livres do condado, e também continuam a exercer a função de chefe militar só que agora dos seus soldados e não os do rei.
  • Os vigários: Delegados do conde: as várias jurisdições em que eram divididos os condados viram aumentar sua competência, dado que todos os homens livres continuavam a freqüentar os tribunais, e os mais pobres tinham ficado, de fato, sob a alçada do mesmo.
Os alcaides             
  • Defensores das fortalezas públicas eram encarregados de garantir a segurança da região circunstante.
A instituição           
  • A diferença entre o senhorio e a feudalidade é a evolução das práticas políticas desse período, enquanto no senhorio as práticas de homenagem, fidelidade e benefício vão se somando aos poucos, no feudalismo, já estão unificadas, a res de comitatus já não era concedida apenas pelo rei, pois, os aristocratas já teriam se apropriado da terra (tanto de seus rendimentos quanto das atribuições jurídicas) tornando-se assim uma instituição.

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Bibliografia

FOURQUIN, G. Senhorio e Feudalidade na Idade MédiaEditora: Edições 70. 1987

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Características do Senhor


O fisco é alienado
·        O administrador de uma Villa real cobrava de seus habitantes todos os rendimentos reservados ao rei e exercia por delegação os poderes da justiça, assim os homens livres subtraídos ao poder público ficavam unicamente submetidos aos poderes coercitivos do administrador.
·        (OBS.: os bens da Igreja provenientes de terras públicas são imunes, e posteriormente todos os bens da igreja se tornarão imunes).

Os condes e a aplicação da justiça privada 
·          Os juízes régios deixam de advogar suas causas, condenar, prender, enfim deixam de exercer suas funções, que passam a ser exercidas pelo senhor, que além de receber os lucros que a justiça lhe proporcionava, nem sempre os repassava ao rei.

Os clérigos e advogados       
·           Os homens da igreja nem sempre podiam exercer a justiça de sangue (flagrante delito) nem conduzir um contingente à guerra. Por isso escolheu delegar essas funções laicas a subordinados da aristocracia. A este se designou advogado, e, uma das maneiras de pagar os seus serviços era concedendo um benefício villae da Igreja.

A usurpação do direito de bannum    
·                O bannum era um poder geral de comandar, coagir e punir os homens livres.
·            Entre os anos 850 e os anos mil os condes passaram a utilizar o bannum em benefício próprio.
·       O bannum beneficiou os condes e os alcaides. Mas posterior e paulatinamente os possuidores fundiários: no Mâconnais, a vulgarização da justiça e dos poderes de comando e a confusão do senhorio banal com o senhorio fundiário.

Senhorio banal e fundiário – unificação política, jurídica e econômica
·               Política: benefício concedido através de vassalagem, um acordo firmado entre aristocratas (o rei e o beneficiário) sob juramento de fidelidade.
·              Jurídica: o conde a praticava com a prerrogativa de coagir e punir.
·            Econômica: tudo o que era produzido na res de comitatus era taxado e também, entre outros, a aplicação da justiça culminava em receita fiscal.  



Bibliografia

FOURQUIN, G. Senhorio e Feudalidade na Idade MédiaEditora: Edições 70. 1987


O desaparecimento do estado e a fragmentação do poderio carolíngio

Pepino, o Breve e Carlos Magno favoreceram conscientemente a vassalagem que conduziu a desagregação do império  carolíngio.
Pepino favoreceu a vassalagem, assim como seus sucessores e a integraram no quadro do organismo do Estado.  Com a expansão dos reinos francos, precariedade dos meios de comunicação e a dificuldade de controle dos súditos, o rei achou por bem governar o grupo de camponeses, os grandes proprietários fundiários.
A aristocracia fundiária era muito importante para o rei, fazendo com ela uma aliança, impôs autoridade real ao conjunto de aristocratas, utilizando duas formas de vassalagem.

  • Primeiro: aumentando o número de vassalos diretos do rei, que recebiam benefícios importantes e privilégios.
  • Segundo: pressionando os outros aristocratas (proprietários fundiários médios ou modestos) a entrar na vassalagem dos vassalos reais.

Assim a sociedade aristocrática se dividiria numa hierarquia de três níveis; o rei, os vassalos do rei e os vassalos destes, ligados entre si pelo juramento de fidelidade.
Pirâmide social do feudalismo

O desaparecimento definitivo dos carolíngios ocorre em 987, os primeiros carolíngios tinham baseado o seu poderio num vasto domínio composto de grandes e numerosos fiscos disseminados por todo o território, fonte de grande riqueza, reserva de benefícios para assegurar novas fidelidades e consolidar antigas, porém no fim do século X, a fortuna fundiária carolíngia havia reduzido progressivamente.
Simultaneamente formavam-se os principados, que eram territórios onde o rei podia intervir por intermédio de um príncipe. No ano de 987 era evidente a vitória dos principados territoriais, o duque ou o conde passa a fazer o papel que era do rei, exemplo como as obrigações vassálicas.

Proposta


Segundo Novasky, em seu texto Sala de Aula: Uma aprendizagem do humano, “educar, etimologicamente, significa levar de um lugar para outro”.
Entendemos que o processo educacional deve se estender além da sala de aula, de modo que o aluno vivencie o conteúdo estudado em seu cotidiano. A inserção das discussões, feitas em sala de aula, no ambiente digital, traz ao aluno uma nova possibilidade de pensar e compreender o conteúdo trabalhado no ambiente escolar. Essa nova abordagem traz inúmeras possibilidades de exploração dessa relação entre o aluno e o conhecimento histórico.
Esse blog surge como uma nova proposta pedagógica, pois acreditamos que, com a construção desse elo entre o conteúdo abordado em sala de aula e a sua disposição dentro de um espaço digital onde seja estimulado o debate, a pesquisa e a reflexão sobre o tema, o contato com a construção do conhecimento histórico passa a ser prazeroso. Esse processo se desenvolve quando a história ganha espaço e forma dentro desse universo digital em que a grande maioria dos alunos está inserida.
Para o desenvolvimento da proposta apresentada, se faz necessária a interação entre professor e aluno. A ideia inicial é que os alunos criem um blog que será atualizado com as suas reflexões sobre os temas trabalhados em sala de aula. Esse processo de reflexão e construção do conhecimento deve ser acompanhado e estimulado pelo professor, que pode sugerir as bases teóricas, temas para pesquisas e fornecer todo o apoio que o alunado precisar.
O blog Senhorio e Feudalidade é um exemplo do que pode ser construído a partir dessa relação entre professor, aluno, e o conhecimento mútuo que surge desse encontro. Trabalhamos nesse projeto com o recorte temporal que compreende o senhorio e da feudalidade na idade média. Tentamos abordar esse tema através de várias possibilidades que o ambiente digital nos proporciona, para que, dessa maneira, o ensino e o aprendizado de história passem a ser vistos com um novo olhar.