Os filmes também entram na proposta lúdica possibilitando aos alunos perceber no material apresentado os elementos do conteúdo estudado.
Dica de filme: Coração Valente

Coração Valente (Braveheart). O longa, protagonizado e
dirigido por Gibson, foi baseado na história real de Wallace, um camponês do
século 13 que iniciou sua luta contra a opressão dos senhores feudais da
Escócia e estendeu a peleja até o Rei da Inglaterra, que teve de suar a camisa
para conter a revolta dos homens de saia (kilt).
Tudo começa quando William retorna à sua terra natal, depois de muitos anos
viajando e aprendendo de tudo (de etiqueta à táticas de combate), para
trabalhar na agricultura e constituir família ao lado da bela Murron (Catherine
McCormack), o grande amor de sua vida. Parece um sonho, mas como a vida na
futura terra do whisky não era um mar de rosas, as coisas não aconteceram bem
assim.
Como, naquele tempo, a Escócia era uma colônia da Inglaterra, a monarquia
Inglesa dava total autonomia aos Senhores Distritais (ou feudais). Dentre os
inúmeros abusos sofridos pelos trabalhadores rurais nas mãos dos senhores
feudais, um dos mais revoltosos era justamente o que dá nome ao título deste
texto: a “Prima Nocte” (ou Primeira Noite) era o “direito” que o dono das
terras tinha de passar a lua-de-mel com as recém casadas camponesas, no lugar
dos esposos. Graças a este fetiche burguês, William se vê obrigado a casar
escondido, fato descoberto pelo dono da região. O Senhor Feudal não deixa a
desfeita barato, abatendo Murron como gado apenas para chamar a atenção do
noivo.
Nem preciso dizer que ele não devia ter feito isso, certo?
O que segue é o início de uma carnificina sem limites perpetrada por Wallace,
que vai de fazendeiro pacato à líder de uma ofensiva escocesa em três
espadadas. Tendo a morte de sua amada como estopim e, logo depois, a liberdade
como estandarte, o escocês angaria adeptos de sua causa pelos feudos por onde
passa, ampliando sua frente de batalha e aniquilando os nobres proprietários de
terras.
Tal investida toma proporções gigantescas e os nobres remanescentes cobram uma
postura do tirânico Rei Eduardo I (também conhecido como Longshanks), que acaba
vendo um futuro negro para seu legado na Escócia se acaso a revolta de William
vingar.
Com Longshanks na briga, o que não faltam são batalhas campais entre os
soldados ingleses e os rebeldes liderados por Wallace. O outrora herói da ação
Gibson se revelou um grande maestro para cenas do tipo e, além disso, o filme
foi um dos predecessores das técnicas de multiplicação de pessoas por
computador, possibilitando assim grandiosas tomadas de batalhas. Grande parte
dos figurantes eram soldados escoceses, o que tornou as cenas muito mais
coniventes com a geografia da história (recurso usado recentemente por Peter
Jackson em O Senhor
dos Anéis, mas por motivos financeiros).
Embora o roteiro cometa o pecado de arrumar um romance para o líder escocês
(liberdade poética de Hollywood), acerta em cheio ao retratar, também, as
artimanhas políticas da época. O rei tenta casar seu filho com a
princesa da França para uma possível anexação, e o nobre escocês Robert the
Bruce galga espaço entre as fileiras burguesas, apoiado por um enigmático
mentor leproso, que manipula o jovem proeminente como se faz com peças de
xadrez.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Mel
Gibson
Elenco: Mel
Gibson, Sophie Marceau, Sean Lawlor, Catherine McCormack, James Cosmo, Patrick
McGoohan, Angus Macfadyen.
Produção: Bruce Davey, Mel
Gibson, Alan Ladd Jr.
Roteiro: Randall
Wallace
Fotografia: John Toll
Trilha Sonora: James Horner
Duração: 177
min.
Ano: 1995
País: EUA
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Icon
Entertainment International / The Ladd Company / B.H. Finance C.V.